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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

NOVO ORKUT






terça-feira, 10 de novembro de 2009

Livro descreve sucesso das mídias interativas junto a alunos do ensino fundamental


Livro descreve sucesso das mídias interativas junto a alunos do ensino fundamental
Luiz Sugimoto
Fotos: Antonio Scarpinetti e DivulgaçãoEdição das imagens: Luis Paulo Silva e Everaldo Silva

[10/11/2009] Está no prelo um livro descrevendo três anos de experiências do Projeto Time – Tecnologias e Mídias Interativas na Escola, que já vem despertando o interesse de gestores e professores da rede de ensino graças a canais de divulgação gerados dentro da própria pesquisa. O projeto elaborado por pesquisadores da Unicamp envolveu professores e alunos de duas escolas municipais de ensino fundamental na produção de vídeos, rádio web, histórias em quadrinhos e blogs, como meios de diversificar e enriquecer o conteúdo curricular.

O Time foi desenvolvido pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied), em parceria com o Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri). “Depois de entendimentos com a Secretaria da Educação de Hortolândia [município da região de Campinas], conseguimos recursos da Fapesp dentro da linha de fomento ao ensino público, ou seja: os professores das escolas se tornaram bolsistas e idealizaram subprojetos para utilização de mídias junto às crianças”, explica João Vilhete Viegas d’Abreu, pesquisador do Nied que coordenou o projeto.

Ao longo dos três anos, o projeto Time atendeu 15 professoras e 1.300 alunos na faixa de 6 a 10 anos. Em cada uma das duas escolas foi montada uma sala multimídia com 18 computadores, monitores LCD, webcam, TV de 32 polegadas e máquinas fotográficas, dentre outros equipamentos. Indiretamente, as salas multimídia atenderam à quase totalidade dos professores de ambas as unidades, os pais de alunos e a comunidade no entorno, propiciando, ainda que de forma restrita, a inclusão digital e social.

Segundo João Vilhete, pesquisadores do Nied e do Nudecri iam às escolas em duas tardes por semana para interagir diretamente com as professoras, colaborando na proposição de atividades e orientando-as na utilização dos recursos de mídia. “Nosso trabalho foi de cunho técnico-pedagógico, com uma série de atividades teóricas envolvendo conteúdos educacionais que poderiam ser trabalhados, e também atividades práticas com o uso das ferramentas digitais”.

As atividades, de acordo com o previsto no projeto Time, deveriam conduzir à reflexão sobre os impactos da tecnologia de informação e comunicação na sociedade contemporânea, especialmente na prática pedagógica. “Ensinamos as professoras a produzirem blogs, onde elas inseriam conteúdos que vinham trabalhando com seus alunos. Há professoras que levaram a ideia para outras escolas e outras que recebem pedidos de informações de colegas do país e também do exterior”, informa Vilhete.

O Free Haquê, um editor de histórias em quadrinhos, serviu a outro subprojeto onde as crianças produziram suas próprias histórias a partir dos recursos que o software oferece, como explica o coordenador do projeto. “O processo de elaboração e produção era o momento de trabalhar conteúdos curriculares como a língua portuguesa. O software permite criar os quadros de HQ e importar figuras, mas entra também a questão da escrita, o letramento, como na história sobre a gripe suína que os alunos criaram”.

A Rádio Recreio foi o nome escolhido democraticamente para o subprojeto da rádio web nas duas escolas. Se a produção de um roteiro propiciava a introdução de conteúdos relativos a linguagem e fala, como acentuação e dicção, o aluno também aprendeu técnicas de edição usando a ferramenta Audacity, além de se munir de celulares e MP4 para gravar som e imagem. “O aluno da periferia pôde perceber que rádio não é magia, apenas uma questão de aprender as técnicas e de ter os recursos à mão”.

Os mesmos celulares, câmeras digitais e MP4 serviram para a produção de vídeos, depois de uma oficina sobre elaboração de roteiros, definição de tempo de gravação, enquadramento e seleção de imagem, entre outras técnicas. As professoras formaram grupos de trabalho – com repórter, cinegrafista, produtor e editor – que produziram sequências de imagens e narrativas sobre energia limpa, combustível verde, energia eólica, fotossíntese e energia nos trilhos.

Com a comunidade
A interação com a comunidade foi outro ponto do projeto destacado por João Vilhete, o que se deu a partir da proposta das professoras para que as reuniões com pais de alunos ocorressem nas salas de multimídia. “Os pais viram que as crianças tinham acesso a tecnologias que talvez não imaginassem. Houve a vez em que pedimos a eles deixassem uma mensagem para os filhos no computador, e uma mãe permaneceu estática, pois era analfabeta. Foi quando sugerimos à diretora que os computadores ficassem mais disponíveis à comunidade, já que poderiam ajudar inclusive na alfabetização de adultos”.

Uma dificuldade superada, como recorda o coordenador do Time, foi a de convencer as próprias professoras de que eram capazes de atuar como pesquisadoras pensando projetos e produzindo os relatórios e os artigos que compõem o livro. “Prevalece a ideia de que a função do professor é apenas de dar aulas. Entretanto, conseguimos apresentar vários pôsteres nas duas últimas reuniões da SBPC, o que foi outro ganho do projeto. Para produzir um pôster ou artigo, é preciso parar e refletir sobre o conhecimento que se está transmitindo, o que contribui para a formação desses professores”.

João Vilhete adianta que o livro no prelo traz 18 artigos e é dividido em duas partes: a primeira tendo como autores os pesquisadores da Unicamp que atuaram no projeto, e a segunda contando as experiências vivenciadas pelas professoras e diretoras das duas escolas. “Ainda estamos buscando recursos para a publicação, mas já houve interesse de uma editora comercial, o que significa que o livro oferece uma contribuição importante ao ensino público de maneira geral – uma das metas da Fapesp ao realizar esse tipo de investimento”.
Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2009/11/11/livro-descreve-sucesso-das-midias-interativas-junto-a-alunos-do-ensino-fundame